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Incêndios no Pantanal causam morte de três onças-pintadas

Foto: Nick Núñez - Pexels

Na última segunda-feira, 5 de agosto de 2024, o Pantanal enfrentou uma triste ocorrência: três onças-pintadas foram encontradas mortas em decorrência dos incêndios que devastam a região. Segundo o biólogo Gustavo Figueiroa, que trabalha com as Brigadas Pantaneiras no combate às queimadas, duas das onças foram encontradas carbonizadas em Aquidauana, Mato Grosso do Sul. A terceira onça foi localizada na propriedade do recanto ecológico Caiman, em Miranda, a cerca de 75 quilômetros de Aquidauana.

Figueiroa destacou a importância das onças-pintadas como predadores de topo, fundamentais para o equilíbrio do ecossistema. Ele enfatizou que a perda desses animais pode ser um indicativo da gravidade do impacto dos incêndios sobre a fauna do Pantanal, especialmente para espécies menos ágeis e com menos capacidade de fuga.

Um estudo publicado em abril de 2024 na revista *Global Change Biology* apontou que, no grande incêndio de 2020, as onças-pintadas foram as únicas entre oito espécies analisadas que não sofreram redução populacional, devido à sua capacidade migratória. Contudo, o estudo alertou que a crescente frequência e intensidade dos incêndios pode afetar negativamente a distribuição e a persistência das espécies no bioma.

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O tatu-canastra, uma das espécies vulneráveis, foi citado como especialmente suscetível aos incêndios devido à sua baixa taxa de reprodução e dificuldade em escapar das chamas. Segundo o estudo, esses animais buscam refúgio em tocas, mas os megaincêndios podem causar alta mortalidade por temperatura elevada e inalação de fumaça.

O biólogo Figueiroa também observou que a antecipação da seca e a intensidade dos incêndios neste ano já superam os números de 2020, quando 43% do Pantanal foi queimado, resultando em um grande impacto na vida selvagem. Ele alerta que a resiliência da fauna está sendo comprometida, levando a um possível declínio populacional e até extinções locais.

No combate aos incêndios, as brigadas enfrentam desafios significativos, incluindo o acesso a áreas com vegetação densa e as condições climáticas adversas que facilitam a propagação do fogo. Técnicas como o uso de aceiros e queima de expansão são empregadas para controlar o avanço das chamas.

O refúgio Caiman, onde uma das onças foi encontrada, é uma área de 53 mil hectares dedicada à conservação e ao ecoturismo. Em julho, 80% da reserva foi atingida pelo fogo, forçando a suspensão das atividades de ecoturismo até o final de setembro. A reserva mantém o compromisso com a conservação da fauna e flora local, conforme informado em nota.

O Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap), com 30 profissionais especializados, continua a atuar no salvamento da fauna silvestre afetada pelos incêndios. Até o último boletim divulgado em 6 de agosto pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 564 animais silvestres haviam sido resgatados.

As ações de combate e resgate permanecem em andamento, com foco na recuperação do bioma e na proteção das espécies ameaçadas.

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