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Seu chefe pode te monitorar usando softwares comuns

Programas permitem descobrir o que o funcionário anda fazendo no horário de trabalho

The Washington Post

Seu chefe, provavelmente, tem dados suficientes sobre suas atividades digitais para obter um levantamento instantâneo do seu dia de trabalho – sem usar nenhum software de monitoramento especial.

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Aplicativos conectados à rede comumente usados, como Zoom, Slack e Microsoft Office, dão aos gerentes a capacidade de encontrar tudo, desde o número de videoconferências das quais você participou ativamente, quanto tempo você ficou online com colegas de trabalho e o número de documentos salvos na nuvem.

Embora esses programas não ofereçam esses relatórios como forma de monitoramento, existem empregadores que fazem uso desse artifício para descobrir o que o funcionário anda fazendo no horário de trabalho.

Monitoramento pode corroer a confiança

“Atividade não é igual a produtividade”, diz Bart Willemsen, vice-presidente e analista do Gartner focado em privacidade e tecnologia. “A produtividade deve igualar os resultados”. Especialistas em ambiente de trabalho e privacidade dizem que os dados desses aplicativos de trabalho devem ser considerados apenas como parte do trabalho dos funcionários.

Brian Elliott, vice-presidente sênior do Slack, disse que o uso de análises baseadas em atividades para avaliar o desempenho não leva em conta os vários estilos de comunicação das pessoas. E incentivar esse tipo de atividade em relação aos resultados reais pode aumentar o estresse e corroer a confiança do trabalhador.

“Medir a produtividade com base na atividade superficial como ‘mensagens enviadas’ nos dá uma visão extraordinariamente limitada das contribuições de uma pessoa para sua organização”, disse ele. “Não só é arbitrário, como geralmente é contraproducente.”

Mundo corporativo pós-pandemia

Centenas de milhares de pessoas adotaram novas formas de trabalhar durante a pandemia, passando vários dias ou toda a semana de trabalho em casa.  O Instituto Gallup estima que em junho – os dados mais recentes disponíveis – cerca de 34 milhões de pessoas trabalhavam em ambientes híbridos, uma mistura de escritório e casa, nos Estados Unidos. E cerca de 36,5 milhões de pessoas trabalhavam remotamente pelo menos cinco dias por semana desde o início de agosto, de acordo com a Household Pulse Survey do Census Bureau.

Como resultado, os empregadores têm buscado novas maneiras de gerenciar e garantir a produtividade. Um número crescente deles recorre a softwares de vigilância. No início de 2022, a demanda global por software de monitoramento de funcionários aumentou 65% em relação a 2019, de acordo com a empresa de segurança da Internet e direitos digitais, Top10VPN.

Aplicativos  que oferecem dados

Microsoft 365:  Um administrador de conta pode extrair dados – embora não seja fácil e seja rastreado em logs de conformidade – sobre quantos e-mails os funcionários enviaram, quantos arquivos salvaram em uma unidade compartilhada e quantas mensagens enviaram. Além de visualizar as videoconferências realizadas pelo Microsoft Teams.

Google Workspace: O conjunto de ferramentas de trabalho do Google permite que os administradores, para fins de segurança e auditoria, vejam quantos e-mails um usuário enviou e recebeu; quantos arquivos salvou; número de acessos ao Google Drive; quando um usuário iniciou uma vídeo chamada, de onde eles participavam das reuniões e quem estava nelas. Administradores selecionados em ambos os serviços também podem acessar o conteúdo de e-mails e itens de calendário.

Contas pagas do Slack: O  programa de mensagens para o ambiente corporativo permite que os gerentes vejam quantos dias os usuários estão ativos e quantas mensagens eles enviaram em um determinado período de tempo.

Zoom: Os administradores de contas podem ver quantas reuniões os usuários participaram, a duração das reuniões e se os usuários habilitaram a câmera e o microfone durante elas. Além disso, os empregadores poder ver se os funcionários usaram os telefones da empresa e até se usaram os crachás de escritório.

Empresas são contra o monitoramento de funcionários

Várias empresas de software dizem que seus relatórios não são utilizados para avaliação e vigilância de funcionários. A Microsoft afirmou que usar a tecnologia para monitorar os funcionários é contraproducente e afirmou que alguns gerentes podem ter “paranoia de produtividade”.  Na Slack, na seção de ajuda de seu site, afirma que os dados analíticos que eles oferecem devem ser “usados ​​para entender o uso do programa por toda a sua equipe, não para avaliar o desempenho de um indivíduo”.

O ideal, caso exista a necessidade de fiscalizar o trabalho da equipe, é obter um serviço próprio para isso.

“Os empregadores podem usar ferramentas de terceiros, específicas para monitoramento, para compilar dados de vários serviços digitais, disse Daniel Kahn Gillmor, tecnólogo sênior do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da União Americana das Liberdades Civis.”

“Não há nada que impeça alguém de coletar esses dados”, disse Gillmor, referindo-se às empresas de tecnologia e aos administradores de contas. “Quanto mais seu trabalho é feito por meio desses serviços online, mais informações os provedores de serviços têm.”

Agora, se os empregadores optarem por usar, silenciosamente, os programas básicos para avaliar seus funcionários, isso, provavelmente, reduzirá a lealdade à empresa e levará as pessoas a trabalhar apenas para atender às métricas, em vez de efetivamente fazer seu trabalho, disse Willemsen, do Gartner. “Meu medo é que há muitos experimentos acontecendo e nenhuma transparência”, disse ele. “Diga em voz alta e de antemão o que você está monitorando e com que propósito. É a coisa certa a fazer.”

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