Pesquisadores garantem: falar palavrão ajuda a aliviar a dor
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Estudo de universidade britânica mostra que essa forma de se expressar auxilia no alívio de tensões
Por: Daiana Rodrigues Pereira
É comum as pessoas falarem palavrões alto quando, por exemplo, tropeçam em algo ou batem o dedo acidentalmente. A palavra é dita de forma natural, automática. E isso não é um problema, muito pelo contrário, é benéfico para o próprio bem-estar. De acordo com um estudo feito pelas universidades de Oxford e Keele, no Reino Unido, essa ação tem um efeito analgésico para o corpo e a mente.
A pesquisa realizou testes em 92 pessoas. Falar palavrão em momentos tensos demonstrou ser eficaz por provocar um aumento da frequência cardíaca e, consequentemente, criar uma resistência do corpo à dor naquele momento. Além disso, há uma excitação emocional, possibilitando uma distração.
O estudo consistiu em avaliar quatro aspectos: dor, emoção, humor e distração dos participantes. Eles realizaram uma tarefa de imersão das mãos em água muito gelada. Em determinado ponto, a dor começava a surgir e as pessoas podiam escolher falar, repetidamente, um palavrão comum, o “fuck”, do Inglês. Ou um dos palavrões recém-criados, o “twizpipe” e “fouch”, ou uma palavra aleatória. O “fuck” foi o mais escolhido e que demonstrou ser mais eficaz no alívio do desconforto.
Efeitos positivos
![palavrão dores](https://portalplanetacultura.com.br/wp-content/uploads/2022/11/aggressive-black-woman-with-afro-haircut-clenches-fists-angrily-feels-mad-and-desperate-holds-hands-in-front-ready-for-fight-or-challenge-300x200.jpg)
Segurar o palavrão no momento da raiva ou dor pode não ser uma boa ideia, segundo estudo. (Foto: Freepik)
O palavrão convencional aliviou em 32% a dor. Um terço dos participantes que proferiram os xingamentos tiveram mais tolerância as dores. De acordo com o estudo, o palavrão “parece ser uma combinação de inibição de regiões cerebrais sensoriais e emocionais, ao mesmo tempo em que atua em uma capacidade excitatória na região cinzenta periaquedutal do cérebro, onde são produzidos opioides (sedativos) endógenos, como endorfinas”.
Os palavrões recém-criados também se mostraram positivos, mas porque os participantes achavam engraçado, o que ajudava na distração, e não por amenizar o incômodo. A palavra neutra teve as pontuações mais baixas em todos os pontos avaliados.
De acordo com um artigo elaborado por especialistas em Comunicação, Psicologia, Ciências Sociais e Cultura de universidades do Reino Unido e Suécia, publicado na Science Direct, o palavrão também pode ser usado para casos positivos e felizes, como um fortalecedor de relações sociais. É o que ocorre quando uma pessoa está muito animada com uma situação ou até mesmo no momentos mais quentes, como o sexo.
Entretanto, o uso dessa linguagem requer uma atenção especial ao ambiente em que é usada, podendo ser considerada ofensiva e mal-educada na maioria dos casos.
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