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Como turbinar seu cérebro com técnicas de memorização

A repetição de conteúdo, chamada de força bruta, é um dos métodos mais utilizados por concurseiros e estudantes em geral para fixar matérias que caem em provas. Além de consumir muita energia, essa ferramenta nem sempre traz os resultados esperados para a aprendizagem. Cientistas da psicologia cognitiva e neurociência descobriram outras técnicas de memorização para turbinar o cérebro com mais inteligência. Você pode experimentá-las para estudar com produtividade para os concursos públicos.

Para aplicar técnicas de memorização, é importante entender antes sobre o funcionamento da nossa memória, localizada no hipocampo, uma estrutura nos lobos temporais do cérebro humano.

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações obtidas durante a experiência de vida.   Ela focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias.

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Curva do esquecimento por falta de revisão

Uma das maiores dificuldades dos estudantes em geral é armazenar e reter o que aprendem em sala de aula ou sozinhos.  O psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus, pioneiro em pesquisas sistemáticas do aprendizado e da memória, revelou que esquecemos dois terços do que aprendemos num espaço de 24 horas, caso não seja feita uma boa revisão dos conteúdos.

Em seu experimento a “Curva do Esquecimento”, Ebbinghaus mostra que os estudantes começam a esquecer o que aprendem logo nas primeiras horas após uma aula. Depois de nove horas, 60% do conteúdo deixa de ser lembrado porque não foi memorizado.

O esquecimento rápido do que aprendemos acontece porque as informações novas adquiridas ficam na memória de curto prazo, onde o armazenamento é temporário. Quando dormimos, o cérebro transfere o que é importante para memória de longo prazo e descarta o que entender que é irrelevante, já que não recebeu mensagem do raciocínio para isso.

A memória de longo prazo carrega o nosso grande banco de dados de informações e fica disponível fazer conexões com o conhecimento novo. Com o avanço da idade mais doenças como Alzheimer e mal de Parkinson, essa grande biblioteca fica comprometida pela morte de neurônios.

Etapas da aprendizagem

A aprendizagem humana acontece em três fases: aquisição, retenção e aplicação do conhecimento. A cientista brasileira da computação Ana Lopes, autora do livro Histórias de Aprendizagem e fundadora do site Mais Aprendizagem, recomenda que o processo de memorização comece no momento em que o estudante entra em contato um novo conteúdo, seja em aula convencional, videoaula, leitura de apostila, livro etc.

Mesmo que o professor forneça todo o material, o estudante não deve assistir à aula passivamente. É fundamental fazer anotações para uma melhor compreensão do que está sendo explicado.

Ana Lopes ensina a fazer anotações ricas com registros de palavras-chaves, desenhos coloridos e outros elementos visuais para facilitar a memorização, saindo do sistema tradicional de escrita de resumo linear. Ela observa que algumas pessoas tentam anotar tudo o que o professor está falando e ficam tão preocupadas em não perder nada, que não têm tempo para raciocinar, o que não é muito produtivo.

Veja alguns exemplos de Ana Lopes para anotações ricas que ajudam na memorização das aulas:

● Faça diagrama/mapa mental

É uma ferramenta de anotação muito poderosa para memorização. O modelo de mapa mental mais conhecido é o proposto pelo escritor inglês Tony Buzan, que pesquisou a eficácia desse tipo de diagrama para a aprendizagem.

Pegue uma folha de sulfite na forma horizontal e canetas coloridas. Escreva o tema principal que está estudando no centro.  Vá traçando ramos com subtemas que se conectam com outros galhos que recebem palavras-chave dos conteúdos.

Enriqueça as palavras-chave com desenhos e símbolos do seu conhecimento para estimular o cérebro na assimilação dos pontos mais importantes da matéria. Ana lembra que o uso correto do mapa mental leva apenas palavras por ramificação e não com resumo de textos.

● Anotações pelo método de Cornell

Os que têm dificuldade em fazer mapas mentais podem experimentar o sistema de anotações sugerido por Walter Pauk, professor da Universidade de Cornell (EUA), para organizar o estudo de grandes volumes de informações. Esse também utiliza uma folha de caderno, mas na posição vertical, dividida com riscos em três partes. São um pequeno espaço na margem esquerda para escrita de palavras-chave; uma parte maior do lado direito para definição dos conceitos; e um rodapé para resumos, na parte inferior da folha, conforme mostra a imagem abaixo.

● Desenho e cores

Boa parte do aprendizado humano é pela memória visual e espacial. Por isso, use cores e desenhos em suas anotações, acrescente setas e esquemas para destacar os conceitos. Ana Lopes afirma que esses recursos mantêm o cérebro ativo e facilitam a assimilação de matérias.

Técnicas de memorização

O aprendizado humano funciona muito por meio da associação natural. O cérebro recebe uma informação, faz conexão com o conhecimento já armazenado na memória de longo prazo e associa com um conteúdo novo para rápida assimilação. Esse processo é mais comum quando o estudante tem conhecimento e experiência prática do que está estudando.

Mas no caso de concurseiros que precisam estudar uma grande quantidade de matérias, a dica de Ana é o uso de associações intencionais e inesperadas para fazer grudar no cérebro temas mais abstratos, como fórmulas matemáticas e leis. Confira algumas dessas ferramentas:

● Vocabulário numérico

É uma técnica baseada na memória visual, uma das mais importantes para fixação de informações. Atribua significado para cada algarismo (de 0-9), de preferência por desenhos engraçados. O cérebro grava mais situações inesperadas. Exemplo disso, é que, às vezes, lembramos a piada que o professor contou em classe e não esquecemos o conteúdo que ele ensinou. Conte uma história com as figuras que deu aos números, quanto mais bizarra, mais fácil você lembrará.

● Palácio da memória

A técnica foi muito utilizada pelos antigos para memorizar discursos quando não havia o PowerPoint nem outros recursos para lembrar de tópicos principais na hora da fala. Eles passeavam mentalmente pelo palácio para acessar as informações que precisavam.

Você pode construir o seu palácio da memória para estudar para as provas de concurso público. Visualize um ambiente que conheça bem. Pode ser sua casa, a residência de um amigo, área do bairro onde mora ou o trajeto do seu trabalho, guardando a informação em determinados locais.

Se o ambiente escolhido for sua residência, coloque elementos do que está estudando em cada cômodo, sempre usando cores e contando uma história bizarra para reforçar a memorização. Segundo Ana Lopes, o ideal é que você comece sua narração da área interna para externa. Assim, quando os espaços da casa esgotarem, poderá sair pela porta de entrada e colocar mentalmente informações no elevador, portaria e até ir para rua.

Você pode atribuir números para cada local que percorrer até construir o seu palácio da memória. Revisite o ambiente algumas vezes para memorizar o que pretende. Ana ensina que por essa ferramenta é possível gravar, em cerca de cinco minutos, dez elementos da tabela periódica, ou qualquer outro tema estudado.

● Revisões espaçadas

Muitos alunos odeiam essa etapa dos estudos, considerada básica para a memorização. É nessa fase que o estudante avalia como está o seu aprendizado. Como constatou Ebbinghaus, quando não há revisão, o conhecimento cai na curva do esquecimento e não chega à memória de longo prazo.

Uma das dicas dos especialistas é adotar a técnica da revisão espaçada, sendo que a primeira precisa acontecer no mesmo dia em que a matéria foi estudada. A segunda pode ser entre 3 e 7 dias, a terceira, duas semanas depois e outra um mês depois para uma boa memorização do tema.

O concurseiro vai encontrar uma infinidade de técnicas para memorização e a adoção de uma ou de outra vai depender da sua característica de estudo. É preciso também cautela na adoção dos métodos que, se não forem aplicados corretamente, podem mais confundir do que ajudar. Tudo tem que ser bem dosado para apresentar bons resultados.

 

 Conteúdo produzido pela LFG, referência nacional em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames da OAB, além de oferecer cursos de pós-graduação jurídica e MBA.

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