Duas jovens, que se conheceram pelo TikTok, descobriram que são irmãs gêmeas e foram vítimas de um esquema de tráfico infantil. Elene Deisadze, de 19 anos, e Anna Panchulidze, também de 19, foram separadas ao nascer e adotadas por famílias diferentes.

Elene, que mora na Europa, encontrou o perfil de Anna na rede social em 2022 e ficou chocada com a semelhança entre as duas. Após diversas conversas, elas decidiram se encontrar pessoalmente. Além da aparência física, descobriram que ambas foram adotadas na infância. Um teste de DNA confirmou que são irmãs gêmeas, roubadas de seus pais biológicos em um esquema de tráfico infantil.

O susto de Elene ao ver Anna no TikTok foi grande. As duas jovens começaram a conversar e logo perceberam que tinham mais em comum do que apenas a aparência. Decidiram fazer um teste de DNA, que revelou a verdade: eram irmãs gêmeas, separadas ao nascer.

Anna, estudante de inglês, relatou a surpresa: “Tive uma infância feliz, mas agora todo o meu passado parecia uma decepção”. Já Elene, estudante de psicologia, disse que sentiu um vínculo especial com Anna desde o início: “Nos tornamos amigas sem suspeitar que poderíamos ser irmãs”.

A mãe adotiva de Elene, Lia Korkotadze, contou que decidiu adotar uma criança após descobrir que não podia ter filhos. Em 2005, recebeu a informação sobre um bebê disponível em uma maternidade. “Era a minha chance, nunca suspeitei que havia algo ilegal”, revelou. Anna também expressou gratidão pelos pais adotivos: “Não sinto raiva alguma, apenas imensa gratidão às pessoas que me criaram e alegria por encontrar minha carne e meu sangue”.

O teste de DNA foi organizado com a ajuda da jornalista georgiana Tamuna Museridze, que administra um grupo no Facebook dedicado a reunir bebês roubados de seus pais. Entre 1950 e 2006, a Geórgia foi alvo de um esquema organizado para desviar bebês no nascimento, com a participação de hospitais, orfanatos e empresários. As mães eram informadas que as crianças haviam falecido, quando na verdade estavam sendo vendidas para adoção.

Desde então, Tamuna Museridze tem ajudado famílias a se reencontrarem. Mais de 800 famílias já foram reunidas graças ao grupo dela no Facebook. Elene e Anna, agora juntas, sonham em encontrar seus pais biológicos e desvendar o mistério de suas origens.

Essa história comovente é um exemplo de como as redes sociais podem conectar pessoas e revelar segredos do passado, trazendo à tona injustiças que precisam ser corrigidas.

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